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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

3 FIGURAÇÕES EM SETE LAGOAS

3 Figurações

Artistas Expositores:
TALES SABARÁ
LEANDRO FIGUEIREDO
PAULO NAZARETH

CASARÃO EM SETE LAGOAS
6 A 29 DE NOVEMBRO/2008

A arte permanece muda se não a fizermos circular por meio de palavras a outros quadrantes. O que vemos na exposição 3 FIGURAÇÕES, são três processos que embora diferenciados se complementam a um certo ponto de vista. Uma geração de produtos sensíveis ao inconsciente e aptos a desvendar um mistério. Os três artistas expositores recorrem ao sensível apelo do objeto para exteriorizarem seus sentimentos. No conjunto as obras se fundem, para no particular elas clamarem pelo originante.

Na obra de Paulo Nazareth os elementos naturais não são representações ou aparência da natureza, mas expressões da própria natureza. Essa natureza adquire consistência à medida que ela confere identidade a esses elementos. Em sua obra , a unidade se manifesta na diversidade e complementariedade. São performances estéticas que necessitamos recorrer a uma instrumentação categorial bem distinta para que seu fenômeno artístico ocorra dentro do ponderável.


Enquanto isso na conduta idiossincrásica de Leandro Figueiredo assistimos sua luta travada no sentido em dar consistência ao meio. Seu temperamento individual o faz reagir de maneira muito pessoal à ação dos agentes externos. Seu trabalho evoca um novo homem renascentista transnatural que requer compreensão à sua manifestação racional do latente . Assim a natureza da sua arte é a expressão da relação entre o sagrado e o profano, entre o divino e o humano, entre origem e originado.

Tales Sabará, em seu âmago, faz surgir espectros de um expressionismo atômico que nos assombram como todo bom expressionista sabe fazer. São recursos visuais obtidos por treliças provocadas por monotipias, cruzamentos de linhas feitas a lápis e tinta nanquim. Quer se questione serem as coisas físicas ou espirituais, materiais ou idéias, não hesito em afirmar que as coisas existem e que os desenhos do Sabará simplesmente nos incomodam pela radiografia sincera e honesta que esse artista faz da transição de signos não subordinados – aparentemente – a nenhum objetivo exterior. E qual ser humano quer dialogar com a verdade e perder argumentos para esta?

Demétrius Cotta
Coletivo Tático Cultural www.redeaan.blogspot.com
Sete Lagoas – MG RAAN

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

RAAN

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

CEIA

CEIA

domingo, 5 de outubro de 2008

A CULTURA SETE-LAGOANA


O “Titanic” e toda sua cultura
prestes a afundar na Lagoa Paulino.


Sem estudos que comprovem o que vou dizer tenho em conta que Sete Lagoas, e o Estado de Minas de uma maneira geral, possui uma população de seres muito reativos. Fazendo de ambas um gigante oculto à espera de alguém que faça algo de bom para que ela possa “devorar”. Quando disse isso uma vez a alguns colegas eles me revidaram: - “... concorrência é ruim?”.

Respondi dizendo que em termos, particularmente humanos, pode vir a ser uma tendência ruim aos que possuem criatividade e pouco espaço para se manifestar, como é o caso da cidade que ostenta demanda cultural reprimida. Isso porque as pessoas criativas são muito sensíveis e não se dão conta que os monstros escondidos são bancados por pessoas que detém poderes que podem amedrontar a sensibilidade criativa. Eles o farão sob a óptica de que seriam mais competentes e que já haviam pensado naquilo que estava sendo feito por outrem de uma forma muito melhor. “Nesse ponto, nada pior do que a especialização predatória que usa essa assertiva para se impor “.

Há muito não se tem uma idéia criativa na cidade que a venha tirar dos quadros replicantes da reatividade mórbida. Ela se encontra adormecida dessa vez não está acompanhando o Brasil, está ficando para trás mesmo. Aí volto à pergunta que os colegas me fizeram “...e a concorrência é ruim?”; para o momento afirmo que “É”. Sim, digo que é ruim porque alguns que estão aptos a fazer algo por Sete Lagoas a nível cultural estão preocupados demais com o valor das suas propostas e em sí próprios. Distanciaram-se de ideais elevados em distribuir a cultura como bem da humanidade. Pecam por omissão, inatividade oportunista, ceticismo, reatividade e por miopia. Mas também não se pode exigir de míopes que enxerguem corretamente. É claro que eles vão sempre esperar a queda de quem está fazendo algo e dizer: - “não falei? Era tudo fogo de palha e tudo no início é assim mesmo; não vai adiante”.

Ironia à parte, o que se tece em termos de política cultural dentro da cidade é uma rala e fluídica manipulação egoística daquilo que é de todos nós, ou seja, as políticas públicas. Alguns ficam sabendo de algum segredinho do estado ou da federação, correm se informam e guardam para sí. - Ah!... e esperam a hora de usar em benefício próprio. Bem longe do que é do interesse da maioria. Depois vêem e :” Eu tenho uma idéia melhor... conheço beltrano, ciclano e fulano que podem ‘me’ dar um melhor suporte para fazer melhor.”
A questão é, teria competência mesmo com todo seu aparato ou não quer admitir que a soma seria melhor do que a divisão? Aliás “divisão” é uma palavra pra lá de fácil em ser praticada na cidade. Os feudos se reúnem em torno do seu interesse particular e que se dane o “Titanic”. Lembra da história desse barquinho e a miudez em seu interior? - Pois é... fora mal construído com um bando de egocêntricos riquinhos dentro que foram visitar São Pedro... e ainda por cima com um “capitão” cheio de si que não ouviu os sinais da tragédia transmitidos a ele por barcos menores que trafegavam na região, tudo por excesso de confiança da sua capacidade.

(Detalhe: sabem quantas vezes que o Capitão Smith foi avisado que teria icebergs pela frente? Vão pesquisar... se errarem eu ajudo).

...Excesso de confiança pode afundar a cultura da cidade se os “culturáveis” não derem um jeito de aproximarem uns dos outros para tecer algo novo em benefício de uma cultura sustentável para o município. Isso é o papel de quem está enxergando direito fazer por Sete Lagoas, e apesar das demais cidades possuírem seus próprios recursos, Sete Lagoas poderá resgatar seu papel de formadora de opinião e aumentar sua contribuição à cultura mineira e parar de ser estanque.

Como você pode ver, esse quadro apresentado acima não é brinquedo de redatores querendo o poder não, tudo isso é factual. Entre no barco para você ver e se afligir. A aflição é devido ao fato de várias famílias dependerem da promoção da cultura local e essa ser um bem econômico ignorado e não fluente.

Sobre economia da cultura, raro é, alguém na cidade que sabe o que isso significa em termos de arrecadação e divisas, além de estratégia administrativa, para citar o pior uso que se faz da cultura em termos de marketing institucional. Mas, enfim é o que se tem mais próximo do cidadão é a administração pública e que o próximo prefeito seja tímido no uso da cultura para promoção da sua imagem administrativa e seja ousado em soltar o cabo da nau e deixar fluir a cultura com a bússola voltada para o promissor perfil da cultura pro – ativa de Sete Lagoas.


Garanto que sem cooptação política a cultura da cidade vai agradecer e o barco não vai afundar nas águas da Lagoa Paulino. A cidade vai aparecer e não será preciso inventar nenhum monstro do Lago Ness para atrair turistas. Tudo que teremos por aqui será naturalmente da região com requinte de metrópole que pensa e valoriza seu capital intelectual.

Demétrius Cotta

http://www.redeaan.blogspot.com/